Tragédias Coletivas
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16 de maio de 2024 por Divaldo Pereira Franco (Imagem: enchente em Porto Alegre 2024)
Com certa frequência ocorrem fenômenos
trágicos no planeta terrestre gerando sofrimentos humanos indescritíveis, que
abalam a civilização e ameaçam de extinção os habitantes de qualquer espécie de
vida.
No passado houve períodos terríveis que o
sacudiram, alterando-o na forma e praticamente destruindo a vida nas suas
variadas expressões.
Esses lamentáveis acontecimentos decorrem das
condições que o mantêm, tais as adaptações das placas tectônicas, do seu
interior constituído pela ebulição de metais diluídos em altíssimas
temperaturas e gases venenosos, como também do Sol que o aquece em intérmina
alteração, transformando a energia em matéria e sucessivamente.
Terremotos, maremotos, tsunamis, tornados,
tempestades, incêndios, gelo e calor são efeitos naturais do nosso astro no
bailado cósmico.
A vida que nele enfloresce e se desenvolve é
transcendente, e aí encontra as condições próprias para a sua existência,
muitas delas resultado dessas mudanças bruscas através do tempo…
Através da inteligência o ser humano tem
descoberto os recursos para o seu aperfeiçoamento e compreensão da sua
finalidade e preservação. Dessa forma, partiu da ignorância e vem alcançando
níveis jamais sonhados, através dos quais compreende a história de si mesmo e
do astro que o alberga. Descobriu que a vida é patrimônio divino, derivada de
uma Causa Absoluta, que faculta a plenitude e estabeleceu as diretrizes de como
alcançá-la.
Em todas as épocas, desde quando surgiram as
primeiras expressões do pensamento, do raciocínio, essa questão tornou-se
essencial para o processo de evolução e lentamente constatou que a existência
na Terra se origina no mundo espiritual, que preexiste e sobrevive à física.
Hoje sabemos que a nossa mente, manifestação
do Espírito que somos em nossa realidade transcendente, envolve-se de matéria e
avança no descobrimento das leis da Vida na direção do Pai Criador.
Quando respeitadas e vividas, há um avanço, um
progresso que raia à felicidade. Mas quando não as consideramos e damos um
sentido avesso à existência, geramos situações dolorosas para nós mesmos e à
sociedade.
O homem e a mulher contemporâneos, descobrindo
o prazer e a ilusão, têm-se apegado de tal forma nesses sentimentos que se
transformaram em trânsfugas do dever e em débito com as divinas leis.
Tal conduta tem apressado o surgimento de
tragédias coletivas que se amiúdam, convidando à reflexão e à mudança de
conduta.
Nesses momentos, além dos sofrimentos,
desperta-se para a solidariedade a misericórdia, o amor, a união e a ajuda
recíproca.
Esta é a hora do despertar da consciência.
Cada qual faça um exame da própria conduta.
Renovemo-nos espiritualmente e ajudemos,
ajudando-nos.