"O amor é de essência divina (...) encontra ínsito no hálito da vida,
quando o psiquismo em forma primitiva mergulha na aglutinação molecular, dando
início ao grandioso processo da evolução.
Na sua
expressão mais primária manifesta-se como a força encarregada de unir as
partículas, compondo as estruturas minerais, transferindo-se, ao largo dos
bilhões de anos, para as organizações vegetais, nas quais desenvolve o
embrionário sistema nervoso na seiva que mantém a vida, através do surgimento
da sensibilidade.
Um novo
processo, que se desdobra por período multimilenar, trabalha a estrutura
vibratória da energia psíquica de que se constitui, facultando-lhe o
desdobramento das sensações até o momento em que surge o instinto nas formas
animais. É nessa fase que se irá modelar o futuro da constituição do ego,
enquanto o princípio inteligente, embora adormecido, inicie a elaboração da
individualização do self.
A
fera que lambe o descendente e o guarda, exercita o sentimento de carícia que
um dia se transformará em beijos da mãezinha enternecida pelo filho.
A
predominância do instinto, na sucessão dos milhares de anos, desenvolverá o
sentimento de posse, e este, o do medo da agressão, induzindo comportamento
violento em defesa da própria vida.
Ao longo
dos milênios, ao alcançar o estado de humanidade, a herança acumulada nos
milhões de anos transcorridos no processo de contínuas transformações,
desencadeia a preponderância do egocentrismo, de início, seguindo o caminho do
egotismo exacerbado até o momento quando ocorre a mudança de nível de
consciência adormecida para a desperta, responsável por aquisições emocionais
mais enriquecedoras.
É nessa
fase de modificações que tem início o sentimento do amor, confundindo-se ainda
com as manifestações do instinto em primitivas formas predatórias contra outras
expressões de vida, prevalecendo as sensações que, inevitavelmente, rumam para
as emoções dignificantes.(...)"
Segue a autora explicando que desde os primórdios do
instinto, a educação exercerá contribuição fundamental para o crescimento e as aquisições
pertinentes a cada faixa do desenvolvimento, mas somente quando alcança um
equânime estado de desenvolvimento é que os sentimentos podem ser educados e
exercitados, fornecendo recursos à razão.
“A
conquista da razão, em decorrência dos automatismos inevitáveis da fatalidade
antropossociopsicológica, faculta o surgimento da consciência lúcida, que
esteve submersa em níveis inferiores, escrava dos impositivos dos instintos
primários em prevalência.”
Segundo ela, o amor desempenha papel
fundamental como estímulo para conquistas mais avançadas, durante crescimento
de valores éticos e estéticos, encarregando-se de limar as arestas do ego,
favorecendo o self com o desabrochar das emoções superiores. Neste demorado
processo, o imediatismo do instinto aperfeiçoa-se, tornando-se emoções
espirituais. O self passa a
administrar impulsos que se tornam, ao longo das sucessivas reencarnações, mais
sutis e nobres, expandindo-se, tornando-se fonte vital de recursos para o
progresso e desenvolvimento interior.
“É
totalmente impossível evitar-se o processo de contínuas transformações, desde a
essência cósmica que se faz psiquismo individual, mais tarde Espírito pensante,
rumando para a sublimidade”.
Texto completo da autora espiritual no livro "Conflitos Existenciais", psicografado por Divaldo Franco.
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