“O Ser real é constituído de corpo, mente e espírito. Dessa forma, uma abordagem psicológica para ser verdadeiramente eficaz deve ter uma visão holística do ser, tratando de seu corpo (físico e periespirítico), de sua mente (consciente, inconsciente e subconsciente) e de seu espírito imortal que traz consigo uma bagagem de experiências anteriores à presente existência e está caminhando para a perfeição Divina.” Joanna de Ângelis

CÉREBRO, MENTE E ESPÍRITO

Segundo Leopoldo Balduíno (em Psiquiatria e Mediu nismo), o cérebro, a partir de uma posição espírita, trata-se apenas de um instrumento da mente no plano físico, de modo que haveria também um cérebro no corpo espiritual, ou psicossoma, ou perispírito.

Ele refere conceitos trazidos por André Luiz, afirmando que o ponto de intersecção entre o cérebro físico e o espiritual são os corpúsculos intracelulares, localizados no protoplasma, citando principalmente a substância de Nissl, entre outras.

Segundo a Psicologia Espírita, o cérebro é apenas o instrumento final de uma cadeia de eventos que se inicia na esfera extrafísica.

Podemos contar, neste sentido, com a valiosa contribuição de Joanna de Ângelis (em Triunfo Pessoal - psicografado por Divaldo Franco). Diz ela, a respeito da evolução do que conhecemos como cérebro e sua relação com nosso espírito/mente:

"(...) Na intimidade dos oceanos, há mais de meio bilhão de anos, poderemos encontrar seres de forma tubular, que se alimentavam de nutrientes que os atravessavam e eram assimilados como mantenedores da vida. Dessa estrutura simples, em nosso aparelho digestivo encontramos um símile representativo da nossa história passada, de quando aquela expressão de vida esteve em desenvolvimento na intimidade das águas abissais.

O nobre investigador Paul MacLean observou, por exemplo, que a constituição mais primária do cérebro humano, que é formada pela sua parte posterior pela medula espinhal e pelo mesencéfalo, poderia ser aceito como a sua base ou o seu chassi neurológico, conforme assim o denominou, que serviria de sustentação aos elementos que se aglutinaram sobre esse conjunto primário para formar o encéfalo contemporâneo.

Assim sendo, o cérebro seria triuno, e na sua tríplice constituição cada uma se equilibraria sobre a outra definindo-se na sua morfologia contemporânea.

O primeiro seria denominado complexo R, também conhecido como o cérebro réptil, responsável pelo comportamento agressivo - herança do primarismo animal -, os rituais existenciais, a noção de espaço territorial, a formação do grupo social e sua hierarquia, estando presente nos primeiros répteis. Logo depois viria o cérebro mamífero, expresso pelo sistema límbico, com a inclusão da glândula pituitária responsável por grande parte das emoções humanas, quais a área da afetividade, dos relacionamentos, do sentimento de compaixão e de piedade, da manutenção do grupo social e da organização gregária. Por fim, o neocórtex ou cérebro primitivo, encarregado das funções nobres do ser, como a inteligência, o raciocínio, o discernimento, a linguagem, a percepção de tudo quanto ocorre à volta, da administração da visão. Esse último, que seria o mais recente, resulta da conquista da evolução de apenas algumas dezenas de milhões de anos, tendo havido um desenvolvimento mais rápido do que os outros, que oscilaram entre duzentos e cinquenta milhões a cento e cinquenta milhões de anos.

Foi nesse período que se separou discretamente uma organização cerebral da outra, dando surgimento aos seus pródromos e se instalando a consciência.

Essa inquestionável conquista da vida não cessou ainda, porquanto ao homem primitivo sucedeu o sapiens, a esse sobrepõe-se o tecnologicus, que irá ensejar o campo para a saga do noeticus, que penetrará com mais facilidade os arcanos do Universo para o ser humano compreender o papel de relevo que lhe está destinado no concerto da evolução.

Assim, entenderá a grandiosa missão de ser coCriador com Deus, ao invés de tornar-se um instrumento de alucinação (...).

Com esse entendimento será impulsionado a compreender que a vida é única, assim, porque indestrutível, quer o espírito se movimente no corpo ou fora dele com um programa grandioso para executar (...).

Sendo um ser essencialmente espiritual, a sua mente traduzirá a realidade e se encarregará de contribuir para as alterações necessárias à renovação indispensável que lhe facultará alcançar a meta estabelecida, que é a perfeição (...)".

2 comentários:

  1. O que seria a perfeição, o fim ou o começo do ser essencialmente espiritual ou a concretização do ser único. A incerteza gera mais incerteza. Falando sobre um ser também material, não se pode concretizar tese sobre o espirito.

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  2. Podemos dizer que a perfeição é o fim e o início. O fim de um ser primitivo, ignorante, que tem tendências para o mal e o início de um ser angélico que tem unicamente o bem em sí, um ser purificado e o mais próximo possível de ser como o criador. O ser material nesta fase não existe mais, já ficou para trás e esse ser se dedicará apenas em auxíliar os espíritos que ainda estão em processo de evolução.

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