Na atualidade, o casamento, assim
entendidas todas as formas de união permanente, também experimenta os reflexos
destes dias de grandes transformações sociais, desencadeadas, entre outros
fatores, pela evolução das comunicações, dos métodos contraceptivos e das
condições sócio-econômicas da mulher.
Novos comportamentos, superando
preconceitos cristalizados e falsos moralismos, têm caracterizado os tempos
presentes, alcançando destacadamente as novas gerações, que pressionam os
antigos sistemas em ambiente social permissivo, sem encontrarem orientação
segura, para que seus anseios de liberdade não levem ao enfrentamento de
desequilíbrios.
As leis humanas são mutáveis e
ajustam-se aos conceitos prevalecentes no grupo social. Adaptam-se às exigências
das sociedades a partir de suas concepções e senso ético.
As leis divinas, no entanto, são
imutáveis e universais, tendo no Amor a sua mais ampla expressão, a partir da
atração entre seres que se buscam, conforme os estímulos espontâneos da
afinidade.
Em toda a natureza, animada ou
inanimada, das partículas subatômicas aos sistemas planetários, dos seres
unicelulares aos seres humanos, entre espíritos encarnados e desencarnados, as
forças de atração e a lei natural das afinidades geram aproximações e
relacionamentos.
O homem, na condição de espírito
encarnado em evolução, sendo consciência que se expande em processo de autorrealização,
submetido ao conjunto de leis naturais que traduzem a infinita sabedoria,
justiça e amor de Deus, assume responsabilidade por todas as suas manifestações
perante a vida, determinando conseqüências imediatas ou futuras, na dimensão de
sua posição evolutiva.
Ao decidir o curso de seus impulsos
afetivos conforme os seus próprios desejos, estabelece compromissos inevitáveis
de consciência, que serão exigidos pelos processos educativos da vida,
estruturando-lhe o destino através de experiências mais ou menos felizes, no
âmbito de seu ajustamento emocional e da harmonia de seus relacionamentos.
Através de encontros e reencontros
neste lado da vida, almas aprendizes na arte de amar desfrutam oportunidades de
retificarem, estabelecerem ou afirmarem compromissos afetivos, aprimorando seus
sentimentos através dos desafios da convivência amorosa e, portanto,
responsável.
As mãos que se entrelaçam
carinhosamente traduzem a sincera disposição dos corações para uma encantadora
vida a dois, mas sempre representam inarredável compromisso das consciências
perante a lei do Amor, que é capaz de sustentar os embates das almas aproximadas
pelo afeto em suas necessidades de progresso e em seus legítimos anseios de
felicidade.
(“Palavras
de Luz” – Jornal do Grupo Espírita Francisco Xavier, n. 68 / junho de 2008 –
rua Caju 87, Porto Alegre)
Nenhum comentário:
Postar um comentário