A
Grande transição (Joanna de Ângelis)
Opera-se, na Terra, neste largo
período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada
pelo Espiritismo.
O planeta sofrido experimenta
convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as
suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.
Isto porque, os espíritos que o
habitam, ainda caminhando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos
por outros mais elevados que o impulsionarão pelas trilhas do progresso moral,
dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.
Os espíritos renitentes na
perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados
lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as conseqüências dos seus
atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário,
quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.
Por outro lado, aqueles que
permaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação de modo
a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os
hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de
Deus.
Caso se oponham às exigências da
evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias
entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de ser úteis e de sofrer os efeitos
danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos
nobres que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda,
estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da
felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade,
então fiel aos desígnios divinos.
Da mesma forma, missionários do
amor e da caridade, procedentes de outras Esferas estarão revestindo-se da
indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena,
proporcionando condições dignificantes, que estimulem ao avanço e à
felicidade.
Não serão apenas os cataclismos
físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora
desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores,
a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a
chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que
assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem.
Os combates apresentam-se
individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida com hecatombes
inimagináveis.
A loucura, decorrente do
materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez,
ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.
Esfacelam-se os lares,
desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições,
as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do
mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os
sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...
A turbulência vence a paz, o
conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade.
... Mas essas ocorrências são
apenas o começo da grande transição.
A fatalidade da existência humana
é a conquista do amor que proporciona plenitude.
Há, em toda parte, uma destinação
inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência
Cósmica atuante.
A rebeldia que predomina no
comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o
prazer que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis
conseqüências, que se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da
sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos abençoados ou de
espículos venenosos.
Como as leis
da vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição,
impedindo a conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o
progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á
pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.
A melhor maneira, portanto, de
compartilhar conscientemente da grande transição é através da
consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se
tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma conquista exterior será
lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os
hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que
são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia
emocional.
Na mente está a chave para que
seja operada a grande mudança.
Quando se tem domínio sobre ela,
os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a
palavras corretas e a atos dignos.
O indivíduo, que se renova
moralmente, contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no
planeta.
Não é necessário que o turbilhão
dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente
com os espíritos que operam em favor da grande transição.
Dispondo das ferramentas morais
do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao
seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao
tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para
todos.
O bem fascina todos aqueles que o
observam e atrai quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo
com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior
contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes
que parecem arrastar as multidões.
Como escasseiam os exemplos de
júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de
sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue,
e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como
se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam
diminuídas pelo Sol da imortalidade.
Nenhum receio deve ser cultivado,
porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que
se manifestará em outra dimensão.
A vida sempre responde conforme
as indagações morais que lhe são dirigidas.
As aguardadas mudanças que se vêm
operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do
sofrimento das paisagens espirituais da Terra.
Enquanto viceje o
mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo
em que se estorcega, apenas por eleição especial.
A dor
momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das
necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da
paz.
Logo passado o período de
aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os
investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita
confiança em Deus.
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,
no dia 30 de Julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ. Publicada na revista
‘Presença Espírita’, Setembro/Outubro 2006, Nº 256, páginas 28 e 29)
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