Texto de Joanna de Ângelis, do livro "Vida: Desafios e Soluções", psicografado por Divaldo Franco.
A criatura humana é um feixe de sensações, resultado natural
dos períodos primários da evolução, em trânsito para a realidade das emoções.
As largas experiências vividas nas faixas primitivas do passado deixaram
impressões profundas que se tornaram prevalecente exigência no comportamento
pessoal, social e principalmente psicológico. Impulsos e reações fazem parte
desse processo que estabelece os paradigmas da conduta, quando fora do crivo da
razão.
Nesse estágio da vida, nutre-se emocionalmente das
sensações objetivas, dos contatos com o mundo e suas manifestações,
comprazendo-se no jogo desmedido do querer ter, longe da aspiração de ser.
Adormecida para as
percepções mais sutis da existência, acumula coisas e compraz-se com elas até a
saturação, quando se transfere para possuir pessoas, que não são fáceis de se
deixarem pertencer, produzindo choques emocionais, que desarticulam a
planificação interior do ambicioso. Sentindo a frustração do desejo não
transformado em prazer, amargura-se e rebela-se, fugindo, não poucas vezes,
para as libações alcoólicas, o tabagismo ou para as drogas aditivas.
É lento o curso de mudança da faixa grosseira do
imediatismo para as sutilezas da emoção dignificada. Nesse trânsito, é comum
deparar-se com a fase da sensação-emotiva, quando há um descontrole no sistema
nervoso e o excesso de emotividade domina-lhe as paisagens comportamentais. Não
acostumado às expressões da beleza, da sinceridade, do amor, facilmente se
deixa comover, derrapando no desequilíbrio perturbador, no entanto, passo
inicial para o clima de harmonia que o aguarda.
O homem-sensação é exigente e possuidor, não se
apercebendo do valor da liberdade dos outros, que pretende controlar, nem dos
deveres para com a sociedade que se lhe não submete. Sentindo-se marginalizado,
graças à hostilidade que mantém em relação a todos quantos se lhe não subaltemizam,
volta-se contra os estatutos vigentes e as pessoas livres, brutalizando-se e
agredindo, pelos meios ao alcance, os demais.
Ao despertar a emoção, torna-se natural a valorização do
próximo e da vida, o respeito pelos valores humanos e gerais, ao mesmo tempo em
que trabalha em favor do progresso, que preza, ampliando os horizontes de
entendimento e de realização interior.
A sensação é herança do instinto dominador; a emoção é
tesouro a conquistar pelos caminhos da ascensão.
Quando desperta a consciência para a necessidade da
emoção, a única alternativa que resta é a luta por alcançá-la. Esse empenho
torna-se fácil quando o combate se inicia, facultando o encontro com a sua
realidade, energia pensante que é e não somente grupo de células em
departamentos especializados formando o corpo.
No período da emoção, o indivíduo não está isento das
sensações, que lhe permanecem oferecendo prazeres, alegrias e advertências, só
que sob controle, em equilíbrio, orientadas e produtivas. Na fase da sensação,
igualmente, o ser experimenta emoções algo desordenadas e, vez que outra,
propiciadoras de bem-estar, o que lhe constitui estímulo para crescer e
esforçar-se por consegui-las.
Nas diferentes psicopatologias há predominância das
sensações e grande descontrole das emoções, o que traduz o transtorno da mente,
refletindo-se no comportamento alienado.
Podemos encontrar raízes desse estado na estrutura do lar
desajustado, de pais imediatistas, ambiciosos, incapazes de amar, que
transmitiram aos filhos a ideia de que todo aquele que possui, vale; enquanto
que os outros existem para servir aos primeiros.
Essencialmente, porém, é o Espírito, em si mesmo, em fase
de desenvolvimento, que se revela no corpo, experimentando mais as expressões
fortes em detrimento das manifestações mais elevadas.
O esforço bem direcionado, o cultivo das ideias
enobrecedoras e o trabalho edificante promovem de uma para outra faixa todo
aquele que aspira a libertação da fase primitiva em que ainda estagia.
Parabéns pela iniciativa! Excelente blog! É muito bom ver alguém com tanta dedicação à Doutrina Espírita, compartilhando todo seu conhecimento. Gostaria de conversar com você um pouco mais, não achei nenhum email de contato aqui no blog, por isso vou deixar o meu, lucasjeha27@gmail.com
ResponderExcluirGrande abraço!
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